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Material inovador do painel solar também abre caminho para novos tratamentos contra o câncer

Aug 26, 2023

RIVERSIDE, Califórnia - Um material encontrado nas televisões poderia algum dia ajudar a curar o câncer? Um material inovador criado por cientistas tem o potencial de revolucionar a tecnologia dos painéis solares e impulsionar avanços no tratamento do câncer. De acordo com um estudo recente, o compósito, composto por nanopartículas de silício ultraminúsculas e um elemento orgânico semelhante aos encontrados em televisores OLED, melhora a troca de energia entre as moléculas e permite a conversão de luz de baixa energia em luz de alta energia.

Dr. Lorenzo Mangolini, professor de engenharia mecânica e ciência de materiais na UC Riverside, lidera um dos poucos laboratórios capazes de produzir nanopartículas de silício especializadas.

“O novo material melhora as tentativas anteriores de trocar energia de forma eficiente entre componentes diferentes. Existem enormes possibilidades para diversas aplicações, mas uma das mais significativas do ponto de vista da saúde humana é o tratamento do câncer”, explica o Dr. Mangolini em um comunicado à universidade.

O compósito permite a emissão de luz com energia superior à da luz incidente por meio da conversão ascendente de fótons, processo demonstrado pela equipe de pesquisa. Esta descoberta é uma grande promessa para o tratamento do cancro, uma vez que a luz de alta energia, como a luz ultravioleta do laser, pode gerar radicais livres capazes de atacar o tecido canceroso. No entanto, a luz UV não consegue penetrar profundamente nos tecidos. Por outro lado, a luz infravermelha próxima possui penetração superior nos tecidos, mas carece de energia para gerar os radicais desejados. O novo material preenche esta lacuna ao converter a luz de baixa energia numa forma de maior energia, oferecendo uma solução potencial para a terapia direcionada do cancro.

Além disso, a aplicação deste compósito se estende ao campo da energia solar. Ao aproveitar a luz infravermelha próxima que normalmente passa pelos painéis solares, a eficiência das células solares pode ser significativamente melhorada.

“Poderíamos tornar os arranjos muito mais eficientes utilizando fótons de baixa energia, que normalmente não são utilizados por essas células. Isso poderia reduzir o tamanho dos painéis solares em até 30% quando otimizados”, teoriza Mangolini.

As implicações deste novo material vão além do tratamento do câncer e dos painéis solares. Sua utilização em bioimagem, impressão 3D baseada em luz e aprimoramento de sensores de luz para carros autônomos em condições de neblina representa novos avanços nesses campos.

O professor Sean Roberts, da Universidade do Texas em Austin, autor correspondente do estudo, expressa entusiasmo com a descoberta, dizendo que esta conquista é a primeira do tipo.

O desenvolvimento bem sucedido deste material compósito abre novas fronteiras no domínio da ciência dos materiais e mantém a promessa de avanços significativos na utilização da energia solar e no tratamento do cancro, oferecendo esperança para um futuro mais brilhante e saudável.

O estudo foi publicado na revista Nature Chemistry.

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